JOSÉ PAULO PAES: POETA COMO NENHUM OUTRO. por. Marcos Estevão Gomes Pasche

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1 JOSÉ PAULO PAES: POETA COMO NENHUM OUTRO por Marcos Estevão Gomes Pasche Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Letras Vernáculas da Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Mestre em Letras Vernáculas (Literatura Brasileira). Orientador: Antonio Carlos Secchin. De acordo: Rio de Janeiro Agosto de 2009

2 José Paulo Paes: poeta como nenhum outro Marcos Estevão Gomes Pasche Orientador: Professor Doutor Antonio Carlos Secchin Dissertação de Mestrado submetida ao Programa de Pós-graduação em Letras Vernáculas da Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Mestre em Letras Vernáculas. Examinada por: Presidente, Prof. Dr. Antonio Carlos Secchin - UFRJ Prof. Dr. Adriano Alcides Espínola - UFCE Prof. Dr. Sérgio Fuzeira Martagão Gesteira - UFRJ Profª. Drª. Eleonora Ziller Caminietzki UFRJ, Suplente Profª. Drª. Rosa Maria de Carvalho Gens UFRJ, Suplente Rio de Janeiro Agosto de

3 Para José Carlos Prioste, que ensina a andar sem os pés. 3

4 AGRADECIMENTOS A Ary Pimentel, pois foi ele o primeiro a me falar da existência de vida útil e interessante após a graduação (portanto, a ele o primeiro agradecimento); a Dau Bastos, que valiosamente me aconselhou a seguir o caminho da Literatura Brasileira; a Antonio Carlos Secchin, por ser orientador como nenhum outro; a meus pais, Giovani e Madalena, por todas as coisas que não cabem nesta página; a Santinha, por ter, num habitual prodígio, me apresentado a poesia de José Paulo Paes; a Ésio Macedo Ribeiro e a Dora Costa, por terem me apresentado ao Poeta, mesmo em sua ausência. À Fundação CAPES, pela concessão da bolsa de estudos. 4

5 ESCOLHA DE TÚMULO Onde os cavalos do sono batem cascos matinais. Onde o mundo se entreabre em casa, pomar e galo. Onde ao espelho duplicam-se as anêmonas do pranto. Onde um lúcido menino propõe uma nova infância. Ali repousa o poeta. Ali um voo termina, outro voo se inicia. 5

6 SUMÁRIO Introdução... 7 Com os mestres, com carinho (O aluno) Amor, verbo infinitivo (Cúmplices) Nova velha história (Novas cartas chilenas) Poemas reunidos, poeta reunidor (Epigramas) No corpo da palavra (Anatomias) Na presença ou na ausência (Meia palavra) Ao rés dos restos (Resíduo) Normalidade ensandecida (Calendário perplexo) No óbito constava nascimento (A poesia está morta mas juro que não fui eu) Do pouso como decolagem (Prosas seguidas de odes mínimas) Dentro do todo de si (A meu esmo) Pretérito sem futuro (De ontem para hoje) Como mestre, com carinho (Socráticas) Um poeta no meio dos caminhos Referências

7 INTRODUÇÃO O título deste trabalho pode denotar certa obviedade, pois afinal a obra de todo poeta (ou, no mínimo, a de todo grande poeta) é dotada de certas peculiaridades que a distinguem da de seus confrades. O caso José Paulo Paes não é diferente: trata-se de um nome singularíssimo no curso histórico da poesia brasileira, só que quando fora convidado por Vivina de Assis Viana (coordenadora da editora Atual) para escrever sua autobiografia, ele foi categórico: Quem, eu? Um poeta como outro qualquer!. 1 Tais palavras terminaram por intitular o livro que ali começava a se desenhar, e servem-me agora como nomeação paródica deste trabalho. Explicado o título, cabe esclarecer a proposta deste estudo: interpretar a obra poética de José Paulo Paes de acordo com a ideia de que seus principais alicerces estão voltados para a confluência harmônica de aspectos tradicionais e modernos, estejam estes presentes na arquitetura ou no espírito dos poemas. Nossa leitura percorrerá livro a livro, seguindo a ordem cronológica de publicação. Talvez em alguns deles, como O aluno e Cúmplices, por exemplo, nossa hipótese interpretativa não apareça tão expressivamente, mas isso não significa sua inexistência. Nesses casos, destacaremos a relação que os conteúdos de alguns livros assumem com o tempo em que surgem, sobretudo para perceber que em épocas de forte tendência conservadora entre os poetas brasileiros José Paulo louvou a modernidade; de maneira semelhante, quando algumas atitudes transgressoras tornaram-se norma, numa aparente incessante renovação, ele impregnou suas páginas de elementos antigos. Isso o diferencia de outros poetas brasileiros em especial Guilherme de Almeida, Cassiano Ricardo e Vinícius de Moraes que em alguma medida recuperaram o tradicionalismo no auge de nossa literatura moderna. O caso de tais poetas é estilístico e consiste no uso de formas poéticas desprezadas pelos seus contemporâneos. O caso de José Paulo Paes é estrutural: diz respeito a uma ligação ideológica e espiritual (também poética) entre modernidade e tradição como resposta a alguns impasses da cultura ocidental que, hoje, desenha um quadro do mundo que é, nas palavras de Milton Santos, confuso e confusamente percebido (2005, p. 17). 1 Quem, eu? Um poeta como outro qualquer. São Paulo: Atual,

8 Assim sendo, observaremos esta confluência (que por vezes também chamaremos conciliação) do novo e do tradicional em alguns dos seus sentidos possíveis, seja no campo da reflexão mais especificamente literária, seja no da ruminação de maior envergadura humana. E, ainda que ela não presida o âmago de certos livros, como nos exemplos acima dados, será interessante verificá-la estabelecendo uma ligação entre toda a obra paesiana, dentro da qual nada é disperso ou fragmentário. Ainda não existem (ou, na melhor das hipóteses, não são de grande conhecimento) sólidos trabalhos críticos dedicados à poesia do autor de Anatomias, o que pode ser uma vantagem ou um prejuízo. 2 De dedicação exclusiva, há apenas dois livros (indicados abaixo). Os outros são, na maioria, prefácios a coletâneas. Para este estudo, além dos trabalhos indicados ao final, serão trazidos, fundamentalmente, os textos específicos (e conhecidos) a respeito de José Paulo Paes, escritos por Alfredo Bosi ( O livro do alquimista ), Antonio Carlos Secchin ( Um poeta em paz, O testamento poético de José Paulo Paes e O lugar de José Paulo Paes ), Davi Arrigucci Jr. ( Agora é tudo história ), Henrique Duarte Neto (O humor cáustico no universo da meia palavra: sátira e ironia na poesia de José Paulo Paes), João Carlos Biella (Um ironismo como outro qualquer: a ironia na poesia de José Paulo Paes); Miguel Sanches Neto ( Primeiro caderno do aluno de poesia José Paulo Paes ), Rodrigo Naves ( Um homem como outro qualquer: José Paulo Paes ) e Sérgio Milliet ( A poesia não morreu ). Portanto, quando fizermos menções aos críticos de José Paulo Paes, será principalmente nesses nomes que pensaremos. E quanto à citação de poemas paesianos, sua fonte será sempre a Poesia completa, publicada em 2008 pela Companhia das Letras. Cabe dizer que nosso estudo não abarcará a literatura, por mais polêmica que seja a definição, infantil de José Paulo Paes. Mas pretendemos avaliá-la num trabalho próximo. Além disso, não interpretaremos Bodas, de O livro, com tiragem de 2 Em nota do seu curto e preciso livro O humor cáustico no universo da meia palavra, Henrique Duarte Neto informa que afora alguns ensaios e trabalhos acadêmicos, não encontrei (pesquisando na internet) nenhum livro que se detivesse de maneira integral sobre a obra do autor de Socráticas. O trabalho crítico mais consistente encontrado em livro foi o extenso ensaio introdutório de Davi Arrigucci Jr. à edição dos melhores poemas do poeta paulista. p

9 apenas cinquenta exemplares, foi escrito para a celebração dos vinte e cinco anos de casamento do poeta com Dora Costa, e não teve circulação comercial. É nossa intenção estudar que significado assume esta poesia dentro do cenário poético brasileiro, demonstrando que desde o seu início ela negou filiar-se a linhas estéticas ou a movimentos vanguardistas, mas sem também negá-los; ao contrário, deles extraiu, inteligentemente, o que de melhor poderiam oferecer, num exercício muito próprio de quem soube, como nas palavras de Alfredo Bosi, reconhecer o sim e o não em todas as coisas. 3 3 O ser e o tempo da poesia, p

10 COM OS MESTRES, COM CARINHO O aluno (1947) é o livro com que José Paulo Paes inicia a carreira literária. Dentre os (poucos) críticos que se debruçaram sobre a obra, quase nenhum confere a ela, com alguma razão, o status de grande estreia, principalmente por ser o livro (na verdade uma plaquete composta por nove poemas) excessivamente influenciado pelas principais figuras da poesia modernista brasileira que àquela altura já se consagravam, fato posteriormente admitido pelo próprio poeta. 4 Curiosamente, o primeiro a emitir tal opinião (e que encontra fortes ecos ainda hoje) foi um dos homenageados pelo aluno que se exibia aos mestres : Carlos Drummond de Andrade, que em carta datada de maio de 1947, escrevia a José Paulo: Você tem um sentimento poético indubitável, maneja o verso livre com bastante segurança rítmica, nunca resvala no mau gosto mas você ainda não me parece você. 5 Drummond tinha razão, justamente porque em sua crítica indica que o poeta iniciante ainda carece de um estilo próprio. Apesar disso, pode-se perceber que alguns traços da poética então inaugurada já começavam a se desenhar com alguns bons versos. Seja nos temas tratados pelos textos, seja pelas atitudes neles manifestadas, é de especial interesse para nós tentar observar o quanto O aluno já prenunciava uma das linhas mestras do trabalho de Paes: a vontade de conciliar tendências contrárias. Só que, preliminarmente, observaremos alguns outros aspectos que têm mais corpo no livro, a saber: a presença da opressão, verificada nas variadas passagens em que se notam dores do sujeito (lírico e humano) e a busca pela reversão de tal adversidade. Após essas explicações, falaremos da conciliação aludida no parágrafo anterior. O primeiro poema do livro, Canção do afogado, fala insistentemente dos incômodos ocasionados por uma corda de ferro que sufoca, prende, comprime: Esta corda de ferro me aperta a cabeça não deixa meus braços 4 Cf. Cult: revista brasileira de literatura, nº 22, pp Carta incluída na 2ª edição de O Aluno. Grifo meu. 10

11 se erguerem no ar. E o mar me rodeia, afoga meus olhos. [...] Algas flutuam por entre os cabelos, meus lábios de sangue palpitam na sombra e a voz esmagada não pode fugir. Maninha me salve não posso falar! E a rosa liberta a inefável rosa, vai longe, vai longe. Um gesto é inútil, meu grito e meu pranto inúteis também... Maninha me salve que eu vou naufragar! (p ). A carga algo dramática indicará a existência de certo tipo de opressão, predominante interna, a incomodar o espírito do indivíduo entendiado e deprimido frente aos passos tortos do mundo há pouco saído da segunda grande guerra, ainda cheio de incertezas e cicatrizes, e também frente às variadas situações antilíricas (no pior sentido do termo) pelas quais os artistas, com significativo amargor, passam. No caso de José Paulo Paes, deve-se considerar que naquele tempo sua circulação se dava em ambientes bastante provincianos, como a cidade de Taquaritinga, onde nasceu, e Curitiba, local para onde fora estudar química. A isso some-se o fato de contar apenas 21 anos de idade, ser militante comunista num país de desigualdades, e poeta num mundo que se revestia de tecnologia. Então a corda de ferro bloqueadora de atos e sentimentos, infundindo fadiga no peito e na cabeça, desautorizando as possibilidades de fuga faz alguns prolongamentos, entre os quais veem-se: a) a nauseabunda tarde cinzenta no poema Balada, de teor menos duro, mas de semelhante mal-estar: Não sou lobo da estepe; amo a todos os homens 11

12 e suporto as mulheres. Contudo não posso falar com os lábios amar com o sexo, porque sinto a tortura da tarde cinzenta! (p. 18); b) o ambiente frio e esfriador em O homem no quarto : Teu protesto inútil tuas flores murchas teu violino fácil tua vontade escassa [...] Caminhas sem rumo por todas as ruas (p. 19); c) os desagradáveis ímpetos da vida e os descuidos dos viventes no Poema descontínuo : Mas a lei e o trilho levaram a dança e um cigarro triste me brotou nos dedos. [...] Lá fora, entretanto, mórbidos despojos lembram vagamente um tempo guerreiro. Mas o adolescente está tomando gin... Somente o lixeiro na fria madrugada sem espanto colhe com seu instrumento, as rosas e a música que boiam no vômito dos adolescentes (p ). Dentro desta cadeia de reveses, há uma voz contrariada, com angústia e revolta, às vezes recolhida à tristeza, às vezes apenas indiferente, como que desesperançosa pelo cansaço que murcha o protesto e esteriliza a sensibilidade. O teor depressivo desses poemas revela, na afirmação de Alfredo Bosi, o mal-estar que o escritor sensível e 12

13 diferenciado sente e ressente ao tomar consciência da sua posição de excluído, de inútil, de esquerdo, fato perfeitamente compreensível em se tratando de um artista contemporâneo da Segunda Guerra Mundial. 6 Paradoxalmente, há uma carga afetiva que também molda a face de variados textos, e a partir daí surgirão símbolos a funcionarem como instrumentos para reverter as situações opressoras. No conjunto de tais símbolos, aparecem com especial destaque: a) a literatura: Quando as amantes e o amigo te transformarem num trapo, faça um poema, faça um poema, Joaquim! ( Drummondiana, p. 15); b) a flor (e suas extensões semânticas): Teu bigode é a ponte que nos liga ao sonho e ao jardim tão perto ( O poeta e seu mestre, p. 27); c) a conjugação de literatura e flor: Até que outros braços, redentoras asas, venham colocar um lírio muito branco na página e no verso do teu melhor poeta... ( O homem no quarto, p. 20). Já em seus primeiros passos, o poeta traduziu em versos os ventos mais amargos que o mundo soprava de encontro ao peito e ao rosto do jovem lançado ao movimento da vida, sentindo aí os desencantos do ingresso na vida real, o que se exemplifica em Canção do afogado e Poema descontínuo. 6 O livro do alquimista. In: Céu, inferno. p

14 Dentro do livro, porém, o movimento de ruptura com o bloco da tristeza e da desventura encontra um veio mais vigoroso, primeiramente nos poemas habitados pelo otimismo e pela esperança, como O engenheiro, O poeta e seu mestre, Muriliana e O aluno ; e, posteriormente, com maior beleza e comoção, nos textos em que convivem na mesma unidade tendências opostas e conflitivas um embate entre o confinamento da treva e a libertação pela luz, em que a última, se não vence de fato a peleja, ao menos fica como sinal vivo de um possível caminho, uma terceira margem. São poemas a fazer com que os fatores de negatividade sejam revertidos em afirmações positivas de solidariedade e de amor: Drummondiana, Balada e O homem no quarto. Diante dos impasses, é comum esperar de militantes partidários jovens, geralmente mais tocados pelo furor político, a proposição de soluções exclusivamente pelo viés ideológico. Nesse caso, José Paulo Paes teve mérito por não partilhar dessa atitude algo restrita. O ganho é ainda maior por conta das alternâncias, bem mais humanas, entre pessimismo e esperança: Agora sem crença, procuro no ar, no jardim inútil, qualquer borboleta que da chuva esconda suas asas... ( Poema descontínuo, p. 22).... Repito seus gestos de amor e renúncia de música ou luta, de solidariedade ( O poeta e seu mestre, p. 27). Cabe-nos observar como confluem os elementos contrários que estão presentes e são motrizes em O aluno. Pela publicação do livro datar de 1947, seu autor normalmente é inserido na Geração de 45, caracterizada como uma ação conservadora frente ao desapego modernista (sobretudo o de Oswald de Andrade) pelos formais textuais de feição tradicional. Dessa maneira, é surpreendente constatar o desejo do jovem poeta de reunir-se àquilo que lhe seria adverso (o Modernismo), como também surpreende ver seu afastamento do que, cronológica e culturalmente, seria o seu habitat natural o grupo de

15 Pelo título de alguns poemas Drummondiana, Muriliana, O engenheiro, já se nota o pedido deste aluno de inscrever-se no rol dos poetas modernos brasileiros que àquela altura tornavam-se, ou já se haviam tornado, consagrados, como Carlos Drummond de Andrade, Murilo Mendes, João Cabral de Melo Neto (e também Oswald de Andrade, implicitamente, como esclarece Miguel Sanches Neto no prefácio à segunda edição do livro). 7 Se estendermos essa observação aos livros futuros de José Paulo (em especial Resíduo, Meia palavra e Anatomias), não nos parece possível situá-lo confortavelmente na Geração de 45, uma vez que esta se notabilizou pela recusa à barulhenta inovação sistematizada a partir de Mesmo os poemas de feição tradicional por ele escritos apontarão mais para a escolha de um caminho pessoal (coincidente com algumas convenções da época) do que para a filiação a um grupo. É o que também será visto na década de 1950, dessa vez em relação ao Concretismo, o que analisaremos num capítulo à frente. Integrando O aluno à conjuntura histórica e estética na qual surgiu, vamos ratificar o juízo de Drummond, quando diz que José Paulo Paes ainda não parecia um poeta com dicção constituída. Mas de modo algum será acertado crer na falta de valor desse livro ou atribuir a ele a etiqueta progressista ou o estigma reacionário, razão de sua independência e originalidade. É mais justo vê-lo como agregador, contrário à tese do parricídio literário. Por um lado o poeta tenta inserir-se entre os modernos, mas não o faz de modo submisso aos autores por ele celebrados, pois os poemas são dotados de um trabalho formal (aparece inclusive um soneto) destoante do que àquela altura se poderia chamar de Modernismo ortodoxo, isto é, aquele que rejeitasse com veemência qualquer sinal de tradição. Num outro ponto, vemos essa poesia absorver a pedagogia formalista da época, sem (nesse momento) assumir uma feição modernista ao extremo. Não há em O aluno concessões ao texto mínimo, de poucos ou de um único verso, como também inexistem galhofas pelas vias do poema-piada. Além disso, a simplicidade com que o aluno trata os seus assuntos não chega à esquina do prosaísmo. No entanto, as reverências desse aprendiz direcionam-se justamente aos que entortaram a poesia brasileira. 7 Primeiro caderno do aluno de poesia José Paulo Paes, p

16 Foi então negando o que lhe era mais apropriado (a postura ideológico-estética de sua suposta geração, a de 45) que ele se incluía numa aparente incoerência, ou seja, a linhagem modernista; uma vez construído o vínculo, ele rejeitou o que seria uma gratuita amostra de vanguardice: a destruição banal e infundada das formas consagradas. Conflui-se aqui o sábio dizer de Marshall Berman: Para ser inteiramente moderno é preciso ser antimoderno. 8 Foi a maneira própria que José Paulo Paes elaborou para ser e não ser da esfera que lhe circundava, já desenvolvendo a peculiaridade mais significativa de sua obra até os momentos derradeiros; vê-se aí o autor tomar as primeiras lições para ingressar não num estilo, num movimento ou numa geração, e sim construir uma Obra. Residem no cerne do livro duas situações de simultânea afirmação e negação: a primeira, mais para o plano da existência do que para o especificamente literário, exprime-se no moço que, por intermédio da sua arte, quer se distinguir dos contemporâneos caracterizados pelas idéias e ações fúteis: os jovens dados irrestritamente à curtição de prazeres, que, por excessiva e alienada, torna-se vazia; é o adolescente do Poema descontínuo : Lá fora, entretanto, mórbidos despojos lembram vagamente um tempo guerreiro. Mas o adolescente está tomando gin... (p. 23), são os adolescentes incautos do mesmo texto, deixando valores seguirem para a indigência do lixo: Somente o lixeiro na fria madrugada sem espanto colhe com seu instrumento, as rosas e a música que boiam no vômito dos adolescentes (idem). 8 Tudo o que é sólido desmancha no ar: a aventura da modernidade. p

17 Esse é o modo particular encontrado pelo homem para ser adulto nas ocasiões em que a adolescência tem conotação reprovável, quando a juventude, voluntária ou coercitivamente, não se dá conta das mazelas coletivas. A segunda situação, talvez mais clara, baseia-se nas concepções artísticas que poderiam ser motivo de dilaceramento, pois na época da escrita do livro, olhar para um lado, o da Geração de 45, era receber a sugestão de jogar-se para a tradição e para a consequente marca de conservador; e olhar para outro lado, o vanguardista, da estética triunfante e já acomodada, indicava lançar-se à frente, à perpetuação e ao desdobramento da modernização, o que poderia igualmente significar uma camisa-deforça. A reunião de forças tão paradoxais deu indubitavelmente a José Paulo possibilidade para construir uma via alternativa, longe da dicotomia entre tradicional e moderno. São meus todos os versos já cantados: A flor, a rua, as músicas da infância, O líquido momento e os azulados Horizontes perdidos na distância. Intacto me revejo nos mil lados De um só poema. Nas lâminas da estância Circulam a memória e a substância De palavras, de gestos isolados. São meus também, os líricos sapatos De Rimbaud, e no fundo dos meus atos Canta a doçura triste de Bandeira. Drummond me empresta sempre o seu bigode, Com Neruda, meu pobre verso explode E as borboletas dançam na algibeira ( O aluno, p. 31). O caminho poético de Paes de mil lados e de gestos isolados significou uma singularidade elaborada por uma dicção plural. Seus contemporâneos mais imediatos Geir Campos, Marcos Konder Reis e Lêdo Ivo, entre outros estavam certos em não varrer a tradição, mas equivocavam-se ao desprezar aspectos modernistas; no mesmo passo, os modernistas obtiveram êxito ao dar à arte (brasileira e ocidental) uma série de possibilidades novas, mas mostraram a fraqueza de algumas de suas verdades por pretenderem descartar o passado como um todo. 17

18 Coube a José Paulo Paes identificar as propriedades e as impropriedades destas concepções, delas colhendo as substâncias não confundidas com modismos, como exemplifica O aluno, um texto cheio de referências a poetas modernos postos em assembléia num tradicionalíssimo soneto, que não por acaso encerra o livro. Nesse sentido, ele deu novo significado à cópia, processando-a diferentemente, sem uma idolatria que conduzisse ao epigonismo. Uma leitura retrospectiva de sua obra tornará possível concordarmos com que em seu início faltava-lhe de fato uma linguagem própria, uma dicção que só se tornou claramente identificável anos e livros à frente, mas a mundividência que sua poesia viria a exprimir já se exibia com alguma força, conscientemente ou não. Tanto que o autor nunca renegou O aluno, nem deixou de incluí-lo nas edições de sua poesia completa. Ele, como distinto aluno, já dava também as primeiras lições. 18

19 AMOR, VERBO INFINITIVO Cúmplices (1951) é, da mesma forma que O aluno, uma plaquete composta por nove poemas. A diferença mais imediatamente perceptível reside na temática dominante do início ao fim do livro: a paixão declarada à mulher (quase sempre citada nominalmente) e ao relacionamento amoroso com ela construído, o que ao longo dos anos viria a resultar numa admirável união, tanto civil quanto literária (e sentimental também): Nossa vida Construímos A cada passo, A cada minuto, A cada esquina, De mãos unidas ( Carta de guia, p. 196). Como José Paulo Paes foi um poeta (além de tradutor e ensaísta) em sintonia com a cultura grega, não causa estranheza que aqui surja, da maneira mais forte e substantivamente lírica, a figura de sua musa: a bailarina Dora Costa ou simplesmente Dora, companheira desde o início da vida adulta (eles se casaram em 1952, quando então José Paulo contava 26 anos de idade); logo transformada em inspiração predileta deste aedo, e se fazendo presente tanto em poemas deste quanto de livros vindouros (quase todos, inclusive o póstumo Socráticas, dedicados a ela). Apesar da diferença temática em relação à peça de estreia, a crítica mais significativa da obra de Paes ainda concentra no livro enfoque especial (ou único) no aspecto da necessidade de dicção própria do poeta: há indícios (Davi Arrigucci Jr. e Alfredo Bosi) de que aqui ele já a havia alcançado; mais cauteloso, Henrique Duarte Neto diz apenas que o opúsculo configurava um passo mais firme do que o livro anterior, e João Carlos Biella, embora não o diga diretamente, parece partilhar dessa ideia, pois afirma que a linguagem paesiana, constituída sobretudo pelo veio da ironia, marcará seu território a partir de Novas cartas chilenas, de 1954 (embora em sua visão seja mais sólido o José Paulo Paes resumido e humorístico de Anatomias, de 1967, alcançando a plenitude em 1992, com Prosas seguidas de odes mínimas). Considerando as divergências analíticas e sobretudo as amostras que darão os escritos posteriores, não nos parece possível constatar com nitidez que José Paulo Paes 19

20 aqui já se exiba de maneira sólida, com a linguagem própria e elaborada do José Paulo Paes reconhecido na história literária brasileira. Acreditamos, sim, que Cúmplices é já um exemplo da diversidade temática e formal que singularizou o trabalho (ele preferia dizer vocação ) do poeta de Taquaritinga. A nosso ver, são três os aspectos relevantes desenvolvidos no livro: um é a presença de Dora; outro, as incertezas da vida, causadoras de temor; o terceiro reunirá os dois anteriores para formar o significado maior da obra: a transmutação da atmosfera negativa em positiva, pela confiança no amor. E aí já se estabelece uma integração entre Cúmplices e O aluno. A figura de Dora aparece como mulher já conquistada, ou moça ainda por ser. Pintada em meio a paisagens e cortejada por galanteios nos versos de Canção sensata, Pequeno retrato, Carta de guia e Ode pacífica, entre outros, ela assumirá diversas faces, mas em todas mantém o caráter de musa-guia do poeta e do homem, seja na opulência algo épica do Soneto quixotesco Uma espada qualquer, de qualquer aço, Um cavalo de flanco palpitante, Fortuna incerta, divagar constante, Sereno o rosto, sempre altivo o braço. No coração, em mui secreto espaço, A figura de Dora, tão distante, Mas tão perto, contudo, e tão reinante, Que a ela se dedique o menor passo. Desfeito o agravo, conjurado o mal, Novo caminho, que neste exercício Nenhum descanso cabe. E que afinal, Por luta valerosa ou alto feito, Eu ganhe reino e Dora, mas no peito Morem saudades do passado ofício (p. 191). ou na humildade ricamente lírica de Madrigal : Meu amor é simples, Dora, Como a água e o pão. Como o céu refletido Nas pupilas de um cão ( Madrigal, p. 192). 20

21 Nestes e nos outros textos acima referidos, a mulher amada (no âmbito ficcional ou real, se a distinção entre os dois for realmente possível) recebe cortejos incessantes do sujeito valente, exibindo suas vantagens para impressioná-la; ao mesmo tempo, também receberá provas de uma alma sensível, sequiosa por lhe transmitir todo o afeto possível. É o que se constata ao percebermos que em Madrigal o reino dá vez à simplicidade da água e do pão; o cavalo é afastado para o cão entrar em cena; o soneto cede lugar a um humilde epigrama. Outro aspecto a ser citado dentre os que têm maior presença na plaquete é a incerteza acerca dos caminhos futuros com que a vida forma ou deforma a trajetória dos amantes. Entre sonho e lucidez, as incertezas. Entre delírio e dever, as tempestades. Ai, para sempre serei teu prisioneiro Neste patíbulo amargo de saudades... ( Epigrama, p. 102). E também este exemplo de carpe diem, de acordo com a proposição de Alfredo Bosi (2003, p. 158): Dora, que importa O juiz que escreve Exemplos na areia, Se livres seguimos O rastro dos faunos, A voz das sereias? [...] De maior beleza É, pois, nada prever E à fina incerteza De amor ou viagem Abrir nossa porta. Dora, isso importa ( Canção sensata, p ). O provável impasse oriundo da velha peleja entre emoção e razão (o sonho e a lucidez simbolizados no epigrama), entre a indispensável cabeça nas nuvens e o imprescindível pé no chão, tão necessários aos namorados, amantes ou esposos, é 21

22 resolvido pelo amor a força mais substancialmente capaz de solucionar os problemas que dificultam e burocratizam a existência. 9 Quando nos momentos incertos a pessoa certa está ao lado, o desgosto pelos reveses cede lugar a demonstrações de companheirismo, no mesmo passo em que a incerteza não angustia, podendo até, ao contrário, tornar-se um atrativo desviador de monotonias. Não são raros os casos (de amor) em que os sentimentos mais puros que trazemos conosco nos fazem superar obstáculos. Não há nisso nenhuma tola idealização; há, sim, uma bela contraposição à propagada idéia de que o amor não se casa com intempéries, além da lição de que não se devem desprezar todas as verdades românticas. É possível, portanto, designar o terceiro fator de relevância do livro (já de certa forma anunciado anteriormente), sendo que este está no topo: a transformação do adverso em benéfico, pela ação direta da confiança no amor. É o caso de Carta de guia : Sempre teu rosto e o crepúsculo. Em teus olhos a viagem das nuvens É um estranho presságio Que evito decifrar. II III Caminhemos Sem perguntas Como os suicidas Que jamais indagam A profundidade do abismo. IV Sob a chuva de verão, Contra as colunas da lei, Sobre o corpo do soldado, Com o estandarte rasgado De qualquer revolução. 9 Se o biografismo ajudar, José Paulo e Dora jamais gozaram de privilegiada situação econômica, fato geralmente causador de dificuldades para casais. Ver Quem, eu? Um poeta como outro qualquer. 22

23 V Vivemos, Dora, na certeza De sermos amanhã O que ontem não fomos (p ). Percorrendo as estrofes, as obstruções à alegria dispõem-se gradativamente: a) há um estranho presságio nos olhos de Dora, gerando dúvidas típicas de um amante, como a necessidade de saber se é correspondido, o que certamente amedronta, daí a recusa à decifração; b) a fuga das indagações não se restringe apenas ao homem, agora corresponde à dupla Caminhemos, e então o incômodo pela dúvida é avolumado, pois o sujeito a possui em sua particularidade (carregando-a consigo mesmo) e em seu conjunto (por ser uma parte do casal); c) as imagens seguintes engendram uma vereda terrível: as angústias já não têm uma raiz subjetiva, elas brotam de fatores externos sob a chuva, contra colunas, sobre o corpo de um soldado; d) mas a esperança revela-se na certeza de um amanhã que trará outras possibilidades, negadas pelo passado. Destoando do que é mais comum (a fuga para o passado), aqui o escape das adversidades é lançado para o futuro. Em outro texto, esse escapismo torna-se mais vivo, visto ser espacial: Atirei meu coração às areias do circo como se atira ao mar uma âncora aflita. Ninguém bateu palmas. O trapezista sorriu, o leão farejou-me desdenhosamente, o palhaço zombou de minha sombra fatídica. Só a pequena bailarina compreendeu. Em suas mãos de opala, meu coração refletia as nuvens de outono, os jogos de infância, as vozes populares. Depois de muitas quedas, aprendi. Sei agora vestir, com razoável destreza, os risos da hiena, a frágil polidez dos elefantes, a elegância marinha dos corcéis. Todavia, quando as luzes se apagam, readquiro antigos poderes e vôo. Vôo para um mundo sem espelhos falsos, onde o sol devolve a cada coisa a sombra natural e onde não há aplausos, porque tudo é justo, porque tudo é bom ( Poema circense, p. 198). A máquina do mundo, ruidosa e por vezes destrutiva, ignora os comuns e suas ações afirmativas. Nesse caso, a atenção provém da bailarina, e a única hipótese de 23

24 transcender uma realidade hostil é garantida pelo amor, que transporta num vôo para um plano onde as vaidades humanas são postas de lado; ao centro é situada a harmonia entre homens e coisas, porque, lá, tudo é justo, porque tudo é bom. Cúmplices, mesmo com seus encantadores textos, ainda não permite antever a envergadura da poética de José Paulo Paes em sua plenitude. Ao lado de O aluno, o livro cobre uma fase juvenil da trajetória do autor, visto que na estreia o sujeito lírico, ainda humanamente jovem, quer ser adulto, criticando boêmios juvenis para deles se diferenciar ( mas o adolescente está bebendo gin ), ao passo que o já adulto de Cúmplices, arrebatado pela paixão, solta-se nos mais irrefreáveis impulsos característicos da adolescência: a despreocupação com o porvir e a esperança viva de dias e cenários melhores. E ainda que se dê o contrário Atrás de mim ficou o espelho fútil. / Além de mim descubro céus inúteis (p. 201)., o amor presente dará as garantias necessárias: Mas que importa o caminho? Estamos juntos (idem). 24

25 NOVA VELHA HISTÓRIA Novas cartas chilenas é um marco divisório na trajetória de José Paulo Paes. Embora escrita em 1954, a peça só foi publicada três anos depois, no sétimo número da Revista Brasiliense, célebre veículo da intelectualidade da esquerda brasileira. Isso já é um indício da importância desse livro, emblematicamente prefaciado por Sérgio Buarque de Hollanda. Na ocasião, a obra foi assinada por Doroteo Critilo, pseudônimo extraído de Cartas chilenas, (provavelmente) de Tomás Antônio Gonzaga, e resultante da fusão dos personagens Doroteu (a quem as cartas eram dirigidas) e Critilo, autor das mesmas. É uma obra da qual podemos fazer pelo menos três leituras, de contextos diversos, cujo agrupamento atestará sua potencialidade: a primeira aponta para a mudança da própria poesia paesiana, visto que a subjetividade dos livros anteriores com o entusiasmo pela poesia e a paixão pela noiva cede lugar à postura de quem se retira do centro de suas auto-reflexões para colocar-se na posição de observador de fenômenos gerais, no âmbito de uma coletividade (a História do Brasil). Além da substância artística, as Novas cartas trazem um crescimento no volume da produção de Paes, visto serem compostas por vinte poemas, no lugar dos nove que tanto O aluno quanto Cúmplices apresentavam (cada um). Uma segunda leitura pertence ao campo específico da poesia nacional, à época atravessada por experiências de vanguarda que a impregnaram de abstrações. Buscavase incessantemente a formulação de um ismo nacional, não tributário de movimentos europeus, com o desejo de fortalecer entre os principais poetas brasileiros uma cultura transgressora. Nesse terreno, o grupo a hastear a mais alta bandeira foi o concretista, proclamando-se o primeiro movimento literário brasileiro a erguer, de dentro para fora, uma estética inovadora. Mas as referências teóricas de seus manifestos e muitos estudos recentes mostram que as cores da flâmula não foram tão verde-e-louras assim... Nesse caso, o livro de José Paulo Paes fornece ao conjunto de sua obra mais um fator de originalidade, justamente por recusar mais essa tendência de vanguarda, cuja influência para a cultura nacional não foi pequena. Literatos de truz, já vacinados / Contra a febre do vil engajamento, / À fenestra das torres de marfim (p. 113), diz uma estrofe de Por que me ufano, derradeiro poema do livro. Entre redondilhas e sonetos, Novas cartas chilenas mostra o domínio gradativo que Paes tem do verso, mas não 25

26 somente isso opõe o livro às experimentações vanguardistas: ele prima pelo discurso e pelo conteúdo poético, mantendo-se na tradição dos escritos que pretendem dar ao leitor uma mudança de perspectiva sobre a realidade, não se contentando com a poesia teórica, ensimesmada na pesquisa sobre a palavra. Sobre essa atituade, assinala Davi Arrigucci Jr.: Era a fórmula pessoal que lhe permitia ao mesmo tempo reler a tradição, glosar lições do passado (como ao reassumir o tom satírico das Cartas chilenas para falar do presente), aceitar ou não procedimentos da vanguarda coetânea e inserir-se, com consciência irônica e carga crítica, munido de recusas necessárias e linguagem sob medida, na perspectiva do mundo contemporâneo (Arrigucci Jr., 2003, p. 16). A terceira leitura possível liga-se à intelligentsia nacional, visto que as possibilidades de interesse sobre o livro, cujo conteúdo abarca itens do discurso sociológico e historicista, não se esgotam no círculo específico da literatura, sempre com o objetivo de repensar a vida brasileira. As Novas cartas assim como Pau-Brasil, de Oswald de Andrade, e História do Brasil, de Murilo Mendes estabelecem uma tensão entre história e historiografia, sem que neste livro haja o veio humorístico daqueles dois, e seu autor insere-se ativamente na primeira para negar as incoerências da segunda (aqui falamos de nossa historiografia tradicional). História, pastora Dos alfarrábios. Meretriz do rei, Matrona do sábio. [...] Musa, confusa Bola de cristal. Arena de luta Entre o bem e o mal ( Ode prévia, p. 71). Noutros poemas, veremos o quanto o poeta estava embasado de teorias desmistificadoras da História entendida como o conjunto de relatos celebradores dos grandes acontecimentos, realizados por grandes homens, pensamento sempre discutível e que teve entre seus expoentes a figura de Rocha Pombo ( ). 26

27 Tomemos um breve exemplo: a questão do bandeirantes. Em História do Brasil (Curso superior), do famoso historiador, Raposo Tavares, Borba Gato e Domingos Jorge Velho são símbolos de bravura e de luta pelos interesses nacionais. Suas investidas pelos sertões são-nos apresentadas de forma épica, ao passo que sua representação iconográfica os mostra como homens de porte sobranceiro e de indumentária aprumada e isso não só no livro de Rocha Pombo, mas em inúmeros livros didáticos que beberam em sua fonte e alimentaram-se da necessidade de nossa cultura de produzir santos, reis e mártires, todos com espírito elevado. Já para José Paulo Paes, a imagem dos desbravadores é degradada: Embora careça pólvora, Esquadra, falcões, mosquetes, E andemos sempre descalços, De arcabuz enferrujado, Na guerrilha sem quartel Contra inimigo ocupado. Embora em paga do sangue Derramado se nos deem Três magros vinténs, que mal Suprem a fome de quem, Longo tempo jejuado, As tripas falantes tem ( Os nativistas, p ), e suas ações, degradantes: Domingos Jorge, velho Chacal, a barba Sinistramente grave E o sangue Curtindo-lhe o couro Da alma mercenária. Domingos Jorge, velho Verdugo, qual A tua paga? [...] Um dia, em Palmares, No mesmo chão do crime, Terás teu mausoléu: Lápide enterrada Na areia e, sobre ela, A urina dos cães, 27

28 O vômito dos corvos E o desprezo eterno ( Palmares, p ). A originalidade da leitura do poeta equipado pela historiografia moderna para falar sobre esse grupo lendário (além de outros eventos de nossa história) pode ser atestada com palavras de Glória Kok: Altivos, imponentes, longas botas, chapéus e armas vistosas. Esqueça a imagem típica dos bandeirantes difundida pelos livros didáticos. A realidade era bem outra: as tropas caminhavam descalças por extensos territórios, sujeitas a todo tipo de desconforto, à mercê dos ataques de índios e de animais, fustigadas pela fome (Kok, 2008, p. 22). Dessa forma, José Paulo Paes passa a integrar o grupo de artistas (não só escritores) que deu ao século XX brasileiro a sua melhor linhagem intelectual, a que pensa as questões nacionais renovando com qualidade a composição, e da qual fazem parte desde o Euclides da Cunha de Os sertões até o Ferreira Gullar do Poema sujo. Mesmo com esse salto qualitativo, ainda não se vê aqui constituída a linguagem de José Paulo Paes, se aceitarmos as rotulações mais comuns que a ele se agregam (algo generalizantes, mas nunca desprezíveis), como o poeta da brevidade e do humor, sobre o que trataremos num capítulo adiante. Mas é inegável o seu ingresso numa fase madura, sobretudo porque a partir desse momento sua escrita alicerça-se na ironia, embora o livro não apresente comicidade. Para melhor compreensão, recorremos a Introdução à poética da ironia, de Ronaldes de Melo e Souza: Ironia, eironeia, quer dizer questionamento (Souza, 2000, p. 30). Questionamento esse dirigido ao objeto representado e à voz que se lança a representar, no intuito de que o sujeito desconfie de suas próprias verdades e reconheça os limites do seu olhar, para, lucidamente, não reduzir à sua perspectiva a raiz dos fenômenos observados; (afinal, são comuns os casos em que interpretações intentam dar a si próprias uma exclusividade análoga à que possui a obra interpretada). As vozes que se alternam pelos poemas provam isso, e o exemplo máximo fica por conta do dramático e polifônico Os inconfidentes (que citaremos à frente). 28

29 Do início ao fim do livro, são postos em revista os episódios mais famosos da existência do Brasil, desde sua descoberta até a rebelião tenentista, já no século 20. Efetua-se um exercício para passar a limpo as ações de instituições ou homens destacados em nossa cultura, sempre movido pela vontade de vê-las (as ações) sob (ou sobre) uma nova ótica, geralmente a dos que viram e ouviram, mas tiveram as vozes abafadas durante a constituição da memória nacional. 10 Houvemos e nos partimos, Erário, Corte e monarca, Deixando o povo no cais. Não há lugar para o povo Nas galeotas reais ( A fuga, p. 102).... Vamos, com farda de gala, Proclamar os tempos novos, Mas cautelosos, furtivos, Para não acordar o povo ( Cem anos depois, p. 109). A recriação do discurso consagrado pela convenção talvez seja a mais forte baliza de Novas cartas chilenas, que herda do seu texto-matriz, o famoso poema Cartas chilenas, de Tomás Antônio Gonzaga, a dessintonia entre poeta e poder político instituído. Mas, ao passo que este tem um único alvo, o Fanfarrão Minésio, aquele disparará repreensões a todos os integrantes da antiga linhagem despótica e individualista que aflige território e habitantes Muito antes que vingasse a recente proposta acadêmica de fazer História pela ótica dos oprimidos, diz Alfredo Bosi (2003. p. 161). 11 A diferença aparentemente mais importante à primeira vista é a falta de Fanfarrão ou de algum personagem concreto que faça as suas vezes. Mas não estava já ele morto quando circularam aquelas outras cartas chilenas? Não, o Fanfarrão continua a existir e está presente em todas as páginas deste poema. Apenas em contraste com Doroteu e Critilo, que se fundiram num só personagem, o general do Chile ali subdividido, por sua vez e multiplicado, em mil fanfarrões, sempre cheios de audácia e pompa vã. E é ainda para narrar suas façanhas que comparece Doroteu Critilo, novo (e velho) exercício para charadistas. HOLLANDA, Sérgio Buarque de. Nota explicativa sobre as Cartas chilenas. In: Revista Brasiliense, volume 7. São Paulo, setembro / outubro de p

30 A começar pelos expedicionários criadores do Brasil (o livro segue a disposição cronológica), Achar é nossa lida mais constante E lucro nosso empenho mais vezeiro: Hemos a gula vil do mercador Num coração febril de marinheiros ( Os navegantes, p. 73), são criticados os bandeirantes, é contestada a monarquia, Alfim, sob o da morte agro comando, Terminamos a dada, perdoando A nossos netos o serem bacharéis E ao bandeirismo mostrar revéis, Pois que no latifúndio e na finança Também se alcança, ao cabo, essa abastança Que apaga o crime e propicia a glória Do bronze, onde dormimos, pais da História ( O testamento, p. 86), Sejamos, na cozinha, escravocratas, Mas abolicionistas de salão: A dubiedade é-nos virtude grata ( O segundo império, p. 107), e desmerecidos os republicanos, Vamos fazer a República, Sem barulho, sem litígio, Sem nenhuma guilhotina, Sem qualquer barrete frígio ( Cem anos depois, p. 109), entre outros agentes dos quais remove-se a aura aristocrática, sendo-lhes também apontadas as consequências das empreitadas que ainda se mantêm em nossa estrutura social, as mesmas que ainda bloqueiam muitas possibilidades de progresso. O escravo das senzalas na favela Batucante, pitoresca, sonorosa, A musa castroalvina estando morta ( Por que me ufano, p. 112). 30

31 ... O bandeirantes heris, continuados Em capitães de indústria, preterindo O sertanismo pela mais-valia (Idem, p. 113). Para enfatizar a recriação da história oficial empreendida por Paes, importa observar a carga parodista (evidente presença de Oswald de Andrade, tanto aqui quanto em muitos outros livros) com a qual o poeta, além de criticar os heróis nacionais, toma-lhes o discurso para nele inserir a confissão de intenções ou atos vis, agravandolhes a imagem de cinismo. Não houve fala deles, Senão comércio: dei Barrete e carapuça; mas ganhei Penas de papagaio, Senhor meu El-Rei ( A carta, p. 76).... São bons de porte e finos de feição E logo sabem o que se lhes ensina, Mas têm o grave defeito de ser livres ( A mão-de-obra, p. 78). Os exemplos acima, apesar de originários de poemas diferentes, têm fonte comum: a Carta do achamento, de Pero Vaz de Caminha. Em ambos, a linguagem empregada nos dá a entender que é o próprio cronista a nos falar. Mas existem neles declarações que certamente os comandantes portugueses e seus porta-vozes, autoabsolvidos de seus crimes pela chancela de agentes do Reino e de Deus, jamais fariam (dar instrumentos de violência e violência aos índios, e perceber na sua informalidade e desprendimento um problema a ser enfrentado). É dessa forma que José Paulo Paes funde e confunde as referências, criando um sujeito lírico múltiplo, pondo num mesmo âmbito o discurso tradicional do dominador e uma visão dos fatos própria do outro, do dominado, anulando dessa forma a antiga oposição entre civilização e barbárie e seus precisos referenciais. Os historiadores atuais (como os modernos filósofos e poetas antigos, como o próprio José Paulo), sabiamente nos aconselham a não partilharmos dos maniqueísmos 31

32 que segregam em nítidos campos a verdade e a mentira, o opressor e o oprimido, o bem e o mal. Além disso, mostram ser importante tentar avaliar fatos passados com a mundividência dos que os realizaram, mas até mesmo a relativização precisa de limitações éticas, pois do contrário poderemos esquecer ou ignorar, nesse caso, as aldeias incendiadas, os índios escravizados, as índias violentadas por falos e por caules. O que José Paulo Paes nos diz é que a nossa barbárie era bem mais civilizada que a bárbara civilização portuguesa. Não são poucos os poemas dessa linha. Além dos citados acima, referentes ao princípio da fundação do Brasil, há referências a outras cenas do teatro histórico nacional, como a instituição das capitanias hereditárias: Por esta carta régia seja a terra Doada a quem, de largos cabedais E mor prosápia, a cuide e frutifique Ressalvados os dízimos reais. Daremos posse inteira, de bom grado, A fidalgo de estirpe, lavrador, Cabeça de casal com gado e escravos, Afilhados, soldados de valor. [...] Cative-se o gentio em guerra justa Para as lidas de roça e de moenda, Que o sangue do cativo faz o açúcar Mais saborosos e mor a nossa renda. Haja feitor e padres e chicotes E se converta o rude mameluco De maneira cristã, mas carecendo, Corda da forca e carga de trabuco ( A partilha, p ). o início do processo da independência nacional, ocasionado pela vinda da Corte: Abrimos os portos à Mercancia universal, Que a ceifa de impostos cobre E paga o luxo devido Ao nosso fausto de nobres ( A fuga, p. 103); a abolição da escravatura: 32

33 Considerando Com antecipação As muitas vantagens Da mais valia sobre O trabalho sem pão. Decidimos, com pena De ouro, chancelar Carta de alforria Ampla e universal A toda a escravaria ( A redenção, p. 108); e muitos outros episódios, reescritos em Os navegantes, O testamento, O segundo império, e Cem anos depois. São poemas-relato ou poemas-decreto sempre proferidos em primeira pessoa, geralmente do plural, mas de forma alguma pela exteriorização da persona paesiana. Neles, os personagens se autodelatam, mas sem nenhum dramalhão de arrependimentos: há apenas a normalidade do falante branco, europeu (ou descendente) e cristão a justificar suas ações com a crença (ora verídica, ora vazia) de prestar um serviço à ordem divina Que a nobreza é do Rei e o Rei é nome / Terrestre de Deus Todo-Poderoso, sentencia-se em A Partilha, cabendo a nós, seus ouvintes, avaliar as implicações de suas verdades. O exemplo maior de tal subversão (lembre-se, a de recriar a versão de um fato histórico a partir da paródia do discurso consagrado sobre ele) é inegavelmente A cristandade, fantástico resumo da profissão de fé dos colonizadores mais típicos, visto que não houve uniformidade colonial nas várias partes do território por onde passaram colonizadores. 12 Padre açúcar, Que estais no céu Da monocultura, Santificado Seja o vosso lucro, Venha a nós o vosso reino De lúbricas mulatas E lídimas patacas, Seja feita A vossa vontade, Assim na casa-grande 12 A tese é de Alfredo Ellis Jr. Apud: CANDIDO, Antonio. Formação da literatura brasileira. 10ª ed. p

34 Como na senzala. O ouro nosso De cada dia Nos dai hoje E perdoai nossas dívidas Assim como perdoamos O escrava faltoso Depois de puni-lo. Não nos deixeis cair em tentação De liberalismo, Mas livrai-nos de todo Remorso, amém (p. 82). Em 1954, quando as Novas cartas chilenas foram escritas, já circulavam propostas de uma nova História, a se edificar pela perspectiva dos de baixo. Mais ainda hoje, no século 21, soa curiosa, por exemplo, a análise do período das grandes navegações a partir dos relatos de vassalo de navio, da mesma forma que causa surpresa um estudo sobre a escravidão tomando por base a biografia de um escravo. A modernidade não envelhece, até porque os arcaísmos não morrem. Assim sendo, além de quebrar a ideia da História como passarela ufanista, o terceiro livro de poesia de José Paulo Paes também enfoca supostas pequenices dentro dos grandes fatos, o que se convencionou chamar de micro-história. O poema transcrito a seguir O grito, sobre a declaração de nossa independência, é pleno dessas referências. Um tranquilo riacho suburbano, Uma choupana embaixo de um coqueiro, Uma junta de bois e um carreteiro: Eis o pano de fundo e, contra o pano, Figurantes cavalos, cavaleiros, Ressaltando o motivo soberano, A quem foi reservado o meio plano Onde avulta, solene e sobranceiro. Complete-se a pintura mentalmente Com o grito famoso, postergando Qualquer simbologia irreverente. Nem se indague do artista, casto obreiro Fiel ao mecenato e ao seu comando, Quem o povo, se os bois, se o carreteiro (p. 105). 34

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